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Fenprof debate desgaste na docência

O stresse na profissão docente: causas, consequências, medidas a tomar” é o tema da conferência que a Fenprof vai realizar no próximo dia 2 de fevereiro (terça-feira), no anfiteatro do edifício novo da Assembleia da República, em São Bento. Acontece no seguimento da petição pela aposentação aos 36 anos de serviço.

Estão previstas comunicações de Ivone Patrão, psicóloga clínica/ARSLVT e docente no ISPA-IU, e de Marcelino Mota, psicólogo clínico. A convite da Fenprof, o Professor Alexandre Tiedtke Quintanilha, presidente da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, abrirá os trabalhos da Conferência, para a qual foram ainda convidados deputados de todos os grupos parlamentares que integram aquela comissão. A intervenção de encerramento da Conferência será da responsabilidade do Secretário-Geral da Fenprof.

Os trabalhos, que se iniciam às 14h30, decorrerão no auditório do novo edifício da  Assembleia da República, cuja lotação esgotou.

De acordo com Mary Sandra Carlotto (2002), “no exercício profissional da atividade docente encontram-se presentes diversos estressores psicossociais, alguns relacionados à natureza de suas funções, outros relacionados ao contexto institucional e social onde estas são exercidas”.

O não reconhecimento do papel social dos professores, os sucessivos ataques à profissão, designadamente por parte de governantes e outros responsáveis políticos, a imposição de condições e horários de trabalho crescentemente negativos, a progressiva perda de autoridade, em resultado das limitações colocadas ao exercício da sua autonomia pedagógica e científica, a par da tentativa de pôr em causa o profissionalismo docente, acusando os professores de serem responsáveis pelos principais problemas que afetam a Educação são, entre outras causas, determinantes de um crescente mal-estar no pessoal docente, com reflexos na sua vida pessoal, familiar e profissional e, obviamente, com projeção na sua relação com os alunos e restante comunidade educativa. Como refere esta investigadora, anomalias na relação pedagógica, vontade de abandonar a profissão e absentismo são algumas das consequências daí decorrentes.

Ao mesmo tempo a complexidade da relação profissional estabelecida entre pares e da relação pedagógica com alunos, tão diferentes e refletindo tantos contextos sociais, culturais, económicos, cria, num número elevado de docentes, a sensação de não domínio da situação e descontrolo. Aliás, refere Nóvoa (A formação de professores e a profissão docente) que “uma das fontes mais importantes de ‘stress’ é o sentimento de que não se dominam as situações e os contextos de intervenção profissional“.

Ignorar o trabalho de especialistas e a constatação de uma realidade é, não só contraproducente, como agravante de uma situação que tende a tornar-se cada vez mais difícil resolver. Tanto mais quando há hoje um reconhecido envelhecimento da profissão, mas, a essa realidade não corresponde qualquer medida específica, apesar de esse ser outro fator negativo com influência direta na qualidade do desempenho dos professores.

A Fenprof pretende denunciar este problema, apontando causas e consequências e apresentando propostas para a sua resolução. Nesse sentido, promove a Conferência “O stresse na profissão docente: causas, consequências, medidas a tomar” com o intuito de reunir um ainda maior conjunto de elementos que sustentem a proposta apresentada à Assembleia da República, sob a forma de Petição, já entregue, de criação de um regime excecional de aposentação dos docentes./ O Secretariado Nacional da Fenprof (29/01/2016)

A propósito:

Fenprof entrega de petição em defesa da aposentação aos 36 anos de serviço

Desdobrável: Exigimos Negociar – Aposentação dos Professores aos 36 anos de serviço, independentemente da idade

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