A apresentação da Biblioteca do Sindicato dos Professores Madeira teve lugar no dia 19 de abril, uma iniciativa integrada nas comemorações do Dia Internacional do Livro. Mais uma realização a favor dos associados, da classe docente e da comunidade em geral. O espaço da biblioteca foi pequeno para os muitos associados participarem numa cerimónia apresentada pela docente Madalena Nunes (ver álbum fotográfico).
Sofia Canha, coordenadora do SPM, salientou, na intervenção inicial, a concretização de mais este sonho por parte do sindicato, bem como a importância do valioso conjunto de publicações de diferentes tipologias para a história do sindicalismo e da própria escola portuguesa. Realçou a colaboração das professoras Adília Andrade, Amélia Carreira e do professor Raimundo Figueira, bem como ainda da ajuda da Dra. Maria da Paz e da Dra. Helena Camacho da Biblioteca Pública Regional.
O espólio da biblioteca do SPM traduz, segundo a dirigente, o valor do contributo do Sindicato dos Professores da Madeira na construção da identidade e coesão profissionais da classe docente e, por conseguinte, o contributo para a melhoria da Educação e progresso da nossa sociedade.
Depois de terem sido ditos alguns poemas e textos, Fátima Vieira Abreu, do Arquivo Regional da Madeira, falou da necessidade de comunicação que levou à escrita, ao livro e às bibliotecas. Fez uma nota cronológica introdutória sobre a evolução dos suportes de informação escrita, o livro enquanto objeto, as bibliotecas públicas existentes na Região Autónoma da Madeira, bibliotecas de interesse em organismos públicos e, por fim, a biblioteca do SPM: uma biblioteca reordenada ao serviço da comunidade educativa. Isto sem esquecer o peso dos meios digitais na atualidade.
LIVROS DE VÁRIAS VIDAS
Seguiu-se uma “conversa” sob o tema “Os livros da minha vida”, que contou com as participações especiais de António Jorge Pestana, António Cruz e Graça Alves, para além dos professores que integram o “Círculo de Leitura e Escrita” do SPM. Foram abordados alguns tópicos como o estímulo para a leitura, os livros marcantes da vida de cada um, os escritores, entre outros ângulos de abordagem do tema.
Graça Alves sublinhou a relação do livro com o afeto, António Cruz percorreu alguns livros desde a Cartilha Maternal à Rapariga que Roubava Livros, mas dizendo que os livros das nossas vidas são por fases, e António Jorge Pestana, além de destacar quatro livros (“O Rei Vai Nu” de Hans Christian Andersen, “O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico na época de Filipe II de Fernand Braudel”, “O Deserto dos Tártaros” de Dino Buzzati e um livro do poeta António de Ramos Rosa, que leu em 1983) rematou dizendo, com humor: “leio muito mas entrei numa fase em que releio”.
ESPÓLIO VALIOSO
O grosso do acervo da Biblioteca do SPM consta de revistas de natureza sindical e pedagógica, publicadas nestes últimos 40 anos. A história do sindicalismo em Portugal, no pós 25 de Abril, não ficará completa sem a consulta atenta destas publicações. Coleções quase completas dos boletins informativos dos sindicatos da FENPROF, bem como cadernos temáticos versando assuntos que continuam na ordem do dia, são testemunho não só de lutas e reivindicações da classe mas também do contributo reflexivo dos sindicatos na construção da profissionalidade docente e da identidade e deontologia profissionais.
O mesmo se pode dizer em relação às revistas de natureza pedagógica. Para se poder compreender a riqueza das transformações pedagógicas que a escola portuguesa sofreu nestes últimos 40 anos é forçoso consultar as revistas da especialidade que entretanto se foram publicando. Ao longo da sua existência deram um contributo válido para o progresso da educação e do ensino no nosso País, constituindo um espaço de comunicação e debate entre os professores, relatando experiências pedagógicas, novos materiais e projetos úteis e inspiradores.
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