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Novo ano, novas expetativas

O novo ano letivo está à porta. No dia 1 de setembro, professores e educadores apresentar-se-ão nas suas escolas e serviços e iniciarão a preparação das atividades que começarão entre os dias 5 (creches e jardins de infância) e 19. Na verdade, ao contrário do que a opinião pública muitas vezes julga, até que as aulas comecem há muito a fazer nas escolas, creches e jardins de infância, após ser dado a conhecer os níveis com que trabalharão os docentes no próximo ano letivo: revisão dos programas a lecionar; planificação das matérias; calendarização das atividades; estudo dos dossiês de cada uma das turmas, sobretudo pelos respetivos diretores de turma, educadores ou professores titulares do 1º ciclo; preparação de materiais didáticos; revisão de legislação e leitura da que, entretanto, foi alterada; reuniões de coordenação, quer a nível da escola, quer a nível dos departamentos disciplinares; elaboração dos projetos curriculares de turma e de escola; elaboração ou adaptação de materiais de avaliação e respetivas grelhas. Enfim, um sem número de tarefas indispensáveis para que o ano letivo comece bem e avance sem grandes sobressaltos. Sem elas, dificilmente se evitaria o caos. No entanto, pouquíssimas pessoas, fora das escolas, se apercebem deste trabalho. Por isso, quando algum docente procura explicar o que se faz nas escolas no início e no final dos anos escolares, é mais fácil descortinar sorrisos irónicos e acusadores nos interlocutores, como se nada daquilo correspondesse à verdade, do que compreensão e solidariedade.

Este é apenas um exemplo que revela o grande desconhecimento que a opinião pública tem da profissão docente. Para tal, tem contribuído o trabalho de alguma comunicação social nacional e o ataque de alguns políticos, sobretudo com responsabilidades na área das finanças. Dessa forma, procuram desvalorizar um grupo profissional com enormes responsabilidades na formação da sociedade, mas que, em termos financeiros, tem um grande problema: é dos mais numerosos, logo, exige um grande investimento em termos salariais. Denegrindo-o, é possível tornar aceitável, e até recomendável, qualquer corte salarial, com a vantagem de isso permitir poupanças significativas ao erário público. No entanto, esta é, claramente, uma visão mesquinha, que põe em causa a qualidade da educação no nosso país. Não tenhamos dúvidas, só uma classe docente dignificada a todos os níveis estará motivada para oferecer ao país um serviço educativo capaz de o fazer avançar.

Neste início de ano letivo, os professores esquecem as dificuldades vividas nos anos anteriores, enchem-se, uma vez mais de esperança e tomam decisões para que, desta vez, tudo seja diferente, para que tudo corra bem. Os docentes não querem senão que todas as crianças e jovens com quem vão trabalhar aproveitem o melhor que a educação e o ensino lhes podem dar. Os docentes sabem que a qualidade da escola faz toda a diferença no futuro das suas crianças e alunos, pelo que dão o melhor de si para que eles não percam esta oportunidade.

Também o SPM está consciente da importância da educação e do ensino para o futuro da Região e do país, por isso continuará a dar o seu contributo para que melhorem, apesar das dificuldades económico-financeiras conhecidas. Por isso, continuará a denunciar as decisões políticas desprovidas de fundamentos pedagógicos que têm sido aplicadas ao nosso sistema educativo. Por isso, continuará a recusar os cortes nos recursos humanos e materiais do nosso sistema educativo, porque sabe que nada do que temos é excessivo. Há é que reorganizá-los e revalorizá-los.

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