home Notícias Ética como inspiração para os professores não prescindirem do seu papel

Ética como inspiração para os professores não prescindirem do seu papel

Após a sessão de sexta-feira, este sábado de manhã, 21 de novembro, teve lugar o segundo dia das Jornadas Pedagógicas 2015/2016 do SPM, com o painel intitulado “Autoridade profissional: problemas de ética”. Jorge Carvalho, secretário regional de Educação, Isabel Baptista, professora da Universidade Católica, e Brício Araújo, presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados, foram os preletores, com a moderação a cargo de Margarida Fazendeiro, vice-coordenadora do SPM. Refira-se a presença, na plateia, de dois diretores regionais: de Educação, Marco Gomes, e dos Recursos Humanos e da Administração Educativa, Carlos Andrade. 

Jorge Carvalho, que se posicionou como professor na sua comunicação, começou por afirmar que os contextos recentes vieram «exigir um conjunto de valores e atitudes» aos profissionais da educação, de forma a responderem a novos desafios. Professores que estão sempre «na mira de todos os outros atores sociais». Sublinhou que quem tem pela frente «seres humanos com sonhos e ambições, alguns deles desprovidos de sonhos e ambições, não basta o domínio técnico e pedagógico» por parte do professor. Isto para chegar à importância da dimensão ética, o «fio condutor», que não deve ser confundida com as condições ambientais, mas antes conciliada com as realidades com que o docente se depara. E isso exige uma «coerência muito profunda».

Fazendo uso da metáfora da «elevação da base Eu ao expoente Nós», o responsável máximo do setor de Educação na Região apelou ao uso da ética como «guia de inspiração» para os docentes «não prescindirem do seu papel por mais duras que sejam as circunstâncias.» Evocando Jean Molière, somos responsáveis também pelo que deixamos de fazer, já que somos «construtores da sociedade». No fim de tudo, a «ética deve conduzir à felicidade», ao bem, à realização pessoal, rematou.

Especialista nas questões da ética profissional, Isabel Baptista começou por sublinhar que a autoridade é um valor fundamental da profissão docente, no sentido de «ser autor», de «identidade e profissionalidade.» É onde reside o caráter da profissão, isto é, as qualidades que a distingue. A ética surge então como exigência interior de cada docente e como uma prática, porque é «no dia-a-dia que a profissionalidade ganha sentido», em função do que «pomos em ação». Considera o valor da prudência como fundamental na pedagogia.

A preletora tem trabalhado na explicitação da ética profissional docente, isto é, das qualidades segundo as quais se forma uma autoridade a ser estimada e reconhecida. Aí entende que os projetos políticos podem ajudar no sentido da comunidade valorizar e estimar a Educação e os Professores. Após frisar o «paradigma da ética relacional», já que o desempenho profissional assenta no valor da relação, «eu e o outro», na escola e além dela, defendeu que explicitar a ética docente é uma forma de os professores «se defenderem». Como o sindicalismo e a profissão possuem um património de discussão e de documentos escritos sobre a matéria, então «é hora de avançar», desde logo com um processo de auscultação dos docentes, concluiu.

Brício Araújo, presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados, abordou as questões de ética nas ordens profissionais. Estas têm o objetivo de regular e exercer o poder disciplinar quanto ao funcionamento das profissões liberais. Considerou importante a «explicitação e a concretização dos traços fundamentais» que podem orientar os profissionais, algo que contribui para o «prestígio da profissão» e o «reforço da solidariedade» entre esses profissionais. Porque não basta ser bom profissional, é necessário «dignificar e prestigiar». Daí ter elogiado o SPM por avançar para a explicitação de uma carta ética.

Após o espaço de debate, as Jornadas Pedagógicas do SPM deram-se por encerradas às 14h00./NS

Notícia 1.º dia das Jornadas Pedagógicas (20 de novembro)

Álbuns fotográficos (fotografia de Gregório Cunha):

1.º dia das Jornadas

2.º dia das Jornadas

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