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A árvore de Natal da Educação

A frase mais votada de (…) muitas propostas: “governantes que reconheçam a importância
da educação”

Esta é a história verosímil de uma árvore de Natal de uma escola básica da Madeira com crianças do pré-escolar e alunos de todos os ciclos.

Estávamos em meados de novembro, altura em que as escolas começam a preparar-se para o Natal. Entre tantas ideias de alunos, professores e funcionários, não é fácil escolher. No entanto, este ano, nesta escola, há uma que agradou a toda a comunidade escolar: a Árvore de Natal da Educação. Ninguém sabe de onde surgiu, nem interessa, para o caso. O mais interessante é que são muitos os que sentem que deram o seu contributo para o que parece, agora, a todos uma ideia adequada à escola, como comunidade e como instituição decisiva na construção de futuros.

O mais importante neste projeto coletivo de Natal não é a árvore em si, como símbolo da educação, mas o seu principal adereço, as bolinhas de Natal, onde os alunos, professores e funcionários escrevem o que consideram ser fundamental para uma educação de qualidade.

O resultado final é o que todos desejavam, mas não foi fácil chegar até ele. Agora, tudo parece harmonioso, com o brilho da estrela no alto a dar expressão a todos os brilhos das bolinhas espalhadas pela árvore, mas, até à sua conclusão, houve muita discussão para que o essencial se sobrepusesse ao acessório. Alguns queriam destacar perspetivas mais pessoais que pareciam, a outros, pouco importantes numa educação de qualidade para todos. Foi preciso analisar, refletir e optar, já que as bolinhas não davam para tudo.

Que diz o brilho dessas bolas multicolores?

Aproximemo-nos para ver. São mais as vermelhas, azuis e verdes, que, pelo seu conteúdo, percebemos que foram decoradas pelos alunos. Destacam-se algumas: “escola de qualidade para todos”, “respeito pelas diferenças”, “aprendizagem ao ritmo de cada um”, “turmas pequenas”, “professores reconhecidos”, “tempo para brincar”.

As dos funcionários, as amarelas, apesar de poucas, não passavam despercebidas: “mais funcionários”; “aposentação antecipada, sem cortes”, “respeito pela função de cada um”.

Já as dos professores, as cinzentas, revelam uma classe profissional comprometida com a construção do futuro dos seus alunos, mas, simultaneamente, consciente da imprescindibilidade de condições de trabalho consentâneas com a missão que lhes foi confiada. Eis algumas: “avaliação justa”, “progressão condizente com a avaliação”, “vinculação imediata dos contratados”, “carreira sem ultrapassagens nem travagens bruscas”, “horários e salários iguais, no público e no privado”, “horários de trabalho condignos”, “menos burocracia”, “aposentação específica”.

Por fim, destacava-se a estrela dourada, no alto, que tinha sido decorada com a frase mais votada de entre as muitas propostas: “governantes que reconheçam a importância da educação”.

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