2018

Certo é que, contra as previsões da maioria dos analistas infalíveis, estão criadas as condições para que os descongelamentos das carreiras se concretizem e se ponha fim ao longo período de estrangulamento salarial na função pública.

Depois de 7 anos de um longo e negro período onde a panaceia dos nossos governantes para todos os males financeiros do país foi impor cortes salariais e aumentos de impostos, o que se traduziu numa inevitável redução da massa salarial, 2018 apresenta-se como um ano de esperança. Na verdade, finalmente, os funcionários públicos podem ver a sua vida profissional avançar um pouco. Avançar, não é o termo certo, já que, mesmo com o descongelamento, ficarão longe do poder de compra que tinham no início de 2011 (momento em que começou o segundo congelamento de salários do século XXI) e, em muitos casos, até do que auferiam em 30 de agosto de 2005 (data em que se iniciou o primeiro congelamento deste século). Ainda assim, porque está à vista a reversão das políticas de asfixia dos salários, atrevo-me a falar em avanço.

Faço-o na convicção de que os agouros dos analistas sombrios que ocupam os períodos nobres das nossas televisões não se confirmarão, uma vez mais. Felizmente, ao contrário do que nos andam a dizer, por vezes com um sorrisinho de malvadez, há dois anos, o segundo resgate financeiro do país ainda não nos bateu à porta. Parece que interpretavam os manuais de finanças como se de receitas de bruxaria se tratassem; como se estancar os furos do pote por onde se esvaía a poção mágica pudesse conduzir ao desaparecimento desta. Espantados, descobriram que mais com mais dá mais, ou seja, que aumentar a massa salarial dos trabalhadores contribui para o crescimento económico. Contrariados pela simplicidade da fórmula, lá vão dizendo que isso não durará por muito mais tempo, que já aí vem o resgate que deveria ter vindo há dois anos.

Certo é que, contra as previsões da maioria dos analistas infalíveis, estão criadas as condições para que os descongelamentos das carreiras se concretizem e se ponha fim ao longo período de estrangulamento salarial na função pública. Com isto, espero que a economia do país melhore ainda mais e que o otimismo económico continue a imperar. Além disso, julgo que há condições, e todos temos a ganhar com isso, para a criação de medidas que contrariem o envelhecimento de grupos profissionais de grande desgaste e exigência, como o dos docentes, e que, dessa forma, se facilite a entrada no mercado de trabalho de uma nova geração bem preparada academicamente, mas que não tem tido oportunidades de pôr o seu talento ao serviço da sociedade.

Por fim, numa perspetiva mais institucional, o ano de 2018 também se afigura auspicioso para o Sindicato dos Professores da Madeira, já que a celebração dos seus 40 Anos constituirá um momento de autoanálise e de fortalecimento de uma instituição que tem sido fundamental no desenvolvimento da educação na RAM.

2017 já é passado! Viva 2018!

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