home Opinião Lutam os professores, melhoram as escolas

Lutam os professores, melhoram as escolas

Faltam verdadeiras medidas de fundo que devolvam aos professores os direitos que lhes foram sonegados

As nossas escolas já estiveram melhor? Sim, já. Já estiveram pior? Sem, dúvida.

Poderiam estar melhor? Com certeza.

Quais os fatores que têm contribuído para este sobe-e-desce? Tantos que não podem ser explanados aqui com profundidade. Por isso, vou centrar-me num que me parece estar diretamente relacionado com a satisfação e com o aproveitamento dos alunos: o grau de realização profissional dos docentes. Na verdade, parece-me uma constatação tão óbvia que, até, me parece redundante escrevê-la. No entanto, não é por ser uma verdade tão simples e tão repetida que se vê ser posta em prática pelos responsáveis políticos. Veja-se, por exemplo, o que aconteceu desde o tempo da ministra Maria de Lurdes Rodrigues até aos nossos dias. E não me refiro apenas à insensatez e arrogância desta, quando afirmou que “perdia os professores, mas ganhava o país”; refiro-me, também, a todos os decisores políticos que orientaram as suas intervenções e decisões na área da educação pondo em causa as condições profissionais docentes, o que só não provocou o colapso do sistema educativo português porque foi contrariado pelo enorme brio profissional da classe e pelos altos padrões éticos por que pauta a sua atuação. São também estas qualidades as responsáveis, pelo menos em parte, pela subida contínua de Portugal em todos os rankings de avaliação internacional.

Infelizmente, passados cerca de 10 anos do início do ataque aos professores e da consequente desvalorização social da classe, as feridas ainda estão por sanar, apesar dos pensos ligeiros que aqui e ali têm sido aplicados. Faltam, no entanto, verdadeiras medidas de fundo que reponham a normalidade e devolvam aos professores os direitos que lhes foram sonegados.

Esta é uma das linhas principais da atuação do SPM e, apesar de haver muito a reconquistar, não podemos deixar de reconhecer que, quer a nível nacional, quer regional, tem havido alguns avanços importantes. Recordo, apenas, a integração dos intervalos nos horários dos professores do 1.º ciclo, a nível nacional, e a evolução do calendário do pré-escolar, a nível regional.

Isto é pouco? Sem dúvida. Porém, temos a certeza de que este é o caminho e de que, por ele, chegaremos aonde queremos.

Aproveito, por isso, para homenagear, neste final de ano, todos os colegas que contribuíram para estas conquistas, sobretudo os dirigentes, delegados sindicais e sócios do SPM que têm contribuído para a melhoria das nossas escolas. É por eles e pelo progresso do sistema educativo que a luta sindical faz todo o sentido.

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