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Carta aberta ao Primeiro-Ministro

Versa Sobre a necessidade inadiável de um regime de aposentação justo para os docentes

Senhor Primeiro-Ministro, não dá mais para esperar: a educação em Portugal está em risco e com ela toda a estrutura social! É urgente a aprovação de um regime específico de aposentação para todos os professores e educadores!

Bem sei que não é esta a forma de começar uma carta dirigida ao Primeiro-ministro da Nação, sobretudo quando o autor não é conhecido. No entanto, a gravidade do assunto em questão dispensa quaisquer formalidades e permite que se passe sem introitos ao cerne do problema, tanto mais que V/ Excelência reúne as condições ideais para a sua resolução: tem a responsabilidade política de procurar soluções para os problemas que afetam o nosso país e conhece por dentro as especificidades desta profissão, por ter na família quem já exerceu a nobre missão de educar crianças e jovens. Por isso, não necessitarei de apresentar a V/ Excelência provas da exigência desta profissão nem do desgaste pluridimensional que atinge estes profissionais, ao longo dos anos. Não precisarei, também, de explicar o processo de transformação gradual do entusiasmo, da energia e da esperança de mudar o mundo, que, no início da carreira, enchiam os corações dos docentes, em sofrimento do corpo e do espírito, por paulatinamente perderem as qualidades exigidas ao bom desempenho da profissão. Bem sei que há honrosas exceções, que, infelizmente, não passam disso mesmo.

Senhor Primeiro-ministro, não tenha dúvidas, este é o principal problema da educação em Portugal. Um problema que não é só dos docentes, como tantas vezes se procura fazer crer. Não, não! Este é, também, um gravíssimo problema das crianças, dos jovens, dos pais e encarregados de educação, das famílias, dos profissionais de outros setores, em fim, de toda a sociedade. Logo, a sua resolução tem de ser uma prioridade para o poder político.

Senhor Primeiro-ministro, não tenhamos ilusões: podemos dizer que a educação é uma paixão, podemos imitar a Finlândia ou Singapura; podemos lançar projetos de autonomia e flexibilidade curricular; podemos mudar os programas; podemos definir as melhores metas, objetivos ou domínios de aprendizagem; podemos renovar todo o parque escolar; podemos dotar as escolas dos melhores computadores e materiais interativos, mas, se queremos, verdadeiramente, uma educação de altíssima qualidade, não podemos prescindir dos professor e dos educadores.

A verdade é que, sem um corpo docente saudável e motivado, a educação de Portugal está ameaçada!

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