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A pedagogia das datas históricas

Falar do passado às novas gerações é uma forma pedagógica de as ajudar a compreender o presente

Nas próximas semanas, teremos dois feriados, o que, certamente, será motivo de grande satisfação para todos. Quem não aprecia uma folga sem as rotinas naturais dos dias de trabalho? Eu aprecio muito. No entanto, se, em cada data que o país considerou merecedora de ser assinalada com um feriado, nada mais fizermos do que descansar, as razões que terão levado àquele tratamento especial falharam redondamente.
Para evitar esse falhanço a nível pessoal, procuro preparar-me mentalmente, com alguma antecedência, para a celebração de cada uma dessas datas memoráveis e, no próprio dia, dedico, sempre, alguns momentos a recordar os factos históricos que fizeram com que o país tivesse decidido assinalar aquela data de forma diferente. Além disso, quando tinha turmas, aproveitava a última aula antes das efemérides para, primeiro, questionar os alunos sobre os motivos que originaram a feriado que se aproximava, e, depois, para lhes recordar os eventos históricos.

Falar do passado às novas gerações é uma forma pedagógica de as ajudar a compreender o presente e, mais, de lhes dar ferramentas para enfrentarem o futuro mais bem preparadas. Na verdade, o passado não vale pelos factos ocorridos, mas pelas lições de vida que deles emanam. A dificuldade é sabermos ler esses factos à luz da época em que ocorreram e sermos capazes de extrair deles lições para os nossos dias. A História é a celebração do presente através da recordação do passado. A História é vida, ainda que fale de mortos.

É com base nisto que o SPM se prepara para comemorar quer o 25 de Abril quer o 1.º de Maio. Para o nosso Sindicato, estes feriados não serão só para descansar, antes os aproveitaremos como momentos especiais de luta pelos direitos dos docentes, no primeiro caso, e de todos os trabalhadores, no segundo.

A celebração da Revolução dos Cravos terá para nós dois momentos complementares: primeiro, na véspera, teremos um jantar comemorativo, após a conferência de Raquel Varela, historiadora e professora universitária, sobre A Revolução e o Nascimento do Estado Social na Educação; depois, no próprio dia 25, às 9h30, junto da ALR, realizaremos uma concentração para alertarmos para a situação insustentável em que vivem tantos docentes contratados e desempregados.

No Dia do Trabalhador, participaremos na concentração junto da ALR, às 17h30, e na marcha até ao Jardim Municipal, às 18h, organizadas pela USAM. Orgulhamo-nos de ser docentes e trabalhadores, por isso juntar-nos-emos a todos os que publicamente reafirmarão o direito a trabalho com direitos.

Para vermos como a história nos pode ajudar a trilhar os caminhos do presente, aconselho a visualização do filme A Hora mais Negra, que se encontra nos cinemas neste momento. Talvez os factos nele abordados nos possam orientar no tratamento que deve ser dado a Trump, Putin, Erdogan, Órban e outros quejandos.

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